Não há futuro no fim do estrume que me tornei
todos os dias aos meus músculos que me levantam
riem de má vontade que tenho em encher os meus pulmões
ah, seu ar arranha
mas
não há futuro, não sou o futuro, não posso querer ter futuro
Ao Pessoa que se rebuça e debruça no seu epitáfio
calma, eu nem estou aqui
veja bem, eu nem sei mesmo onde estou
ou talvez nunca soubesse
incrivelmente a rotina continua me dopando
para sobreviver novamente
incrivelmente, eu aceito.
-Rafael Lima de Souza
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