Deserto

Meu dia rasgado num raio de luz 

que queima meus olhos e aquece meu corpo 

os fecho e, vejo minha mente diluída em mim mesmo 

os pés tocam deserto gelado do meu mundo os estralos lembram o eco do abismo mais obscuro

o pão dormido e duro

o café quente e escuro

o banho frio não me incomoda mais 

o vento já encostou seu lixo

As pragas já botaram seus ovos

Vivendo

Não sei mais por onde ando

Já me perdi três vezes só hoje 

todo dia que me torturas não me encontro talvez essa tinta no meu caderno tenha uma vida mais longa que a minha

a raíz do meu problema está presa em meus pés

Enquanto procuro a copa para pular

faz tempo, sim, já faz tempo

o sol não toca minha pele

O mar se esqueceu do meu sabor

as estrelas me esperam para serem contadas

até o sonho... não se reinventou

Mas hoje não, hoje estou perdido

hoje talvez, nem quero ser encontrado engolido pelo meu próprio cobertor 

ele nem me aquece mais 

apenas me esconde, de mais um dia de tortura

A felicidade um sonho

a dor é real.